A ONU acusa o Brasil de desalojar pessoas à força por conta de Copa e Olimpíada, informa a Agência EFE, de Genebra.
A relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou as autoridades de várias cidades-sede da Copa do Mundo e do Rio de Janeiro, que receberá a Olimpíada, de praticar desalojamentos e deslocamentos forçados que constituem violações dos direitos humanos.
Os casos denunciados se produziram em São Paulo , Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza.
A relatora explicou que já foram feitos múltiplos despejos de inquilinos sem dar às famílias tempo para propor e discutir alternativas. Sem dar atenção suficiente ao acesso às infraestruturas, serviços e meios de subsistência nos lugares onde essas pessoas foram realojadas, afirmou Raquel.
“Também estou muito preocupada com a pouca compensação oferecida às comunidades afetadas, o que é ainda mais grave dado o aumento do valor dos terrenos nos lugares onde se construirá para estes eventos”, acrescentou.
A preocupação da ONU é garantir que os dois megaeventos promovam o respeito pelos direitos humanos e deixem um legado positivo no Brasil (veja matéria na íntegra, aqui).
Convenhamos, essa preocupação com Direitos Humanos é coisa para ONU ver. A PACóvio não interessa. O interesse é fazer a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A que custo social, humano e financeiro não conta.
Quer dizer, o financeiro conta. Para a especulação imobiliária e a meia dúzia de empresários e políticos endinheirados que mais endinheirados ficarão mandando para os cus de Judas essa gentalha que teima ocupar áreas nobres no espaço do circo olímpico. Um inconveniente à execução das obras e ao ganho de poucos, contra o sacrifício de milhões, por causa desses eventos de tamanha magnitude, importância e necessidade para quem não tem colírio.
Essa ONU, em cujo Conselho de Segurança o Brasil pleiteia assento, tem de parar de se meter na copa e na cozinha dos outros. Em República Macunaíma é inútil argumentar: o país não se torna desenvolvido porque realiza olimpíada e copa, e sim porque é desenvolvido pode até dar-se ao luxo de sediar os torneios. Mas é preferível encher de orgulho o rabo que de feijão o pandu e de juízo a mente. Como não há direito humano que um trator não remova, nem juízo ou engenho a elidir as manobras das políticas circenses, fácil é dar ao quinto dos infernos a fachada de paraíso para ganhar freguesia eleitoçeira.
Então, que venham as grandes obras, que venham! Não a diminuir a desigualdade, mas acentuar as diferenças entre quem pode e quem se... sacode. Quem me disse isso foi um operário das pirâmides ao tempo dos faraós, como era mesmo o nome dele? Ah, sim, Ninguém. E morreu contemplando a pujança sem ter onde cair morto.